Percebo que existem muitos caminhos…
Dentre estes, um que chamarei de O Caminho do Guerreiro, do Conquistador.
Outro, ainda não tenho nome, mas poderia chamar de O Caminho do Sannyasin, do Renunciante.
Certamente existem outros, mas estes são os mais evidentes para mim.
O Caminho do Guerreio é o Caminho da conquista. Da luta. Das metas e objetivos. Aqui estão os coachings. Aqui estão quase todos os livros de sucesso e prosperidade. Aqui está o Deus de Moisés e de todo o Antigo Testamento. Aqui também entram Donald Trump, David Gage, Tiger Woods bem como todos os atletas que batalharam muito em campo para alcançar fama e glória. Sim, este é o caminho da conquista da glória, de provar ao mundo que você conseguiu chegar lá (ou de apenas curtir você mesmo por ter chegado lá).
O Caminho do Sannyasin é o caminho da Gestalt Terapia. É o estilo de vida que se aborrece com objetivos. É um viver e deixar viver. É o caminho de Osho, de Fritz Perls. É um caminho delicioso, uma opção de viver a vida sem metas. Apenas ser. Apenas sentir. Para que buscar? Um estilo de vida onde nada precisa ser provado para ninguém. Seu papel é aproveitar o momento presente.
Percebo que, eventualmente, oscilo nestes dois caminhos.
Será esta a minha fraqueza (e a minha insatisfação)???
Agora mesmo. Vejo-me atolado de afazeres. Assumi dezenas de compromissos em 2012. Tenho que me concentrar ao máximo para começar o ano e dar conta do recado. Foco. Disciplina. Trabalho. Muito trabalho.
Mas, às vezes… este clima de fim de ano… uma preguiça e vontade de parar tudo… Que vontade de parar tudo e começar do zero…. Mas começar o que?
Entendo que este estado pode ser fruto do cansaço. Mas pode cansar quem está motivado? Quem sabe… Não posso ser tão sistemátivo comigo mesmo.
É errado o caminho do Guerreiro?
Estou novamente lendo sobre Gestalt… “Não Apresse o Rio” de Barry Stevens. Que livro delicioso para este clima de fim de ano… Às vezes dá vontade de morar na minha cabana isolada em algum lugar distante de tudo. Se assisto um vídeo de Osho então, mais ainda… Que vontade de largar tudo… simplesmente ser.
Mas outro lado meu insiste em voltar para a luta.
Quase parei de lutar nos últimos dias. Uma preguiça generalizada. Talvez eu esteja em profunda sintonia com este momento. 30 de Dezembro. Domingo. Fala sério…
Não quero fazer nada… nada…
Nesta semana fui ao cinema, assisti O Hobbit. Recomendo.
E, por fim, quis novamente assistir a trilogia do Senhor do Anéis (claro que ainda não deu tempo de ver tudo! hehe).
Mas o que vejo ali?
Tribos muito bem definidas: Magos, Anões, Elfos, Hobits… e por aí vai…
Penso: talvez esta seja a resposta de minha inquietude.
Tenho que escolher a minha tribo e permanecer nela. Posso sim visitar outras tribos, divagar sobre outros mundos e, quem sabe, visitá-los eventualmente. Posso ser um Anão e me hospedar por um tempo na cidade dos Elfos. Mas devo honrar a minha escolha, a minha casta, a minha tribo…
Seria isto? Neste momento parece-me sensato considerar estas coisas.
Percebo que amo o sannyas e todos os sannyasins. Passaria horas e horas num campo de meditação, mergulhado no vazio de minha mente. Mas continuo sendo um conquistador. Não posso trair minha natureza.
Me vem agora uma cena bonita. O mago convida Bilbo Bolseiro para uma aventura. A princípio, o Hobbit declina. Prefere a vida calma e pacífica de seu vilarejo. Mas o convite para a aventura queima em seu coração… No final ele aceita o convite e, em disparada, parte para a aventura.
Talvez Osho não saísse para aventura. Nem Fritz Perls… Nem Barry… Não sei… Só eles poderiam responder isto.
Olho para mim mesmo… acho que eu sou este Hobbit, Bilbo Bolseiro.
Adoro o conforto de minha casa. Não gosto de encrencas. Mas o gosto por aventura está dentro de mim. Então, 2013 que me aguarde… Já estou à caminho.
Sucesso e Felicidade Para Você!