Viagem Astral é Perigosa?

De vez em quando, recebo mensagens de amigos da Internet me perguntando se é perigoso realizar viagens astrais. Há poucos dias, inclusive, uma pessoa que soube do meu interesse pelo tema, foi curta e grossa – “Já lhe disseram que você pode morrer fazendo viagens astrais, não é?”

Já, já me disseram sim. Já me disseram todo tipo de coisa a respeito. Que seres das trevas poderiam cortar o meu cordão de prata com uma “tesoura” extra-física, que quando meu corpo estivesse “vazio”, uma outra alma poderia invadi-lo, que poderia sofrer paradas cardíacas, e por aí vai.

O que eu tenho a dizer é o seguinte: faço viagens astrais desde que nasci, já que todos nós saímos do corpo quando estamos adormecidos, e que há mais ou menos trinta anos que estudo e pratico viagens astrais conscientes ou semiconscientes. É claro que um dia eu vou morrer, e se morrer dormindo, só posso considerar que foi uma benção de Deus.

Todos os animais têm um corpo físico e um corpo espiritual. Quando dormem, seus corpos espirituais deixam seus casulos físicos e permanecem por algumas horas no plano espiritual. Segundo vários pesquisadores, e também este que lhe fala, isto acontece para que este nosso corpo bioenergético possa captar de forma mais plena as energias que o mantém saudável.

Vamos pensar um pouco. Por que dormimos?

Se tudo fosse uma questão de reposição bioquímica, quando nossos corpos estivessem cansados, bastaria uma lauta refeição e estaríamos recarregados.

Mas não é isso que acontece. Todo o nosso corpo relaxa e somos tomados por uma inconsciência que dura algumas horas. Pode ter certeza que se o sono não fosse tão importante, já estaria banido de nossa existência pelo caminho da seleção natural, pois enquanto dormimos estamos desprotegidos à mercê dos predadores da natureza. Logo, dormir é fundamental. Existe alguma coisa no sono que é insubstituível, e esta é a razão porque dormimos.

Muito bem, todos dormimos à noite, e durante o sono o nosso espírito abandona a nossa casca física. Isto acontece com todos nós, do primeiro ao último dia de nossas vidas. A viagem astral nada mais é do que se manter consciente e transferir para o corpo espiritual (corpo astral) a nossa consciência. É o que o pesquisador Waldo Vieira chama de consciência contínua: um estado que, segundo ele, será o futuro de toda humanidade. Ou seja, durante o sono transferimos a consciência para o corpo espiritual, continuando despertos, e ao acordar retornamos a consciência ao corpo físico. Tudo muito simples, não é?

E os seres das trevas? Bem, meu amigo. Se você sair numa noite escura (digo, sair físicamente mesmo) e for para um local ermo e desconhecido, estará pedindo para sofrer um assalto. Seres bons e ruins existem no plano físico e no plano espiritual. Para você se conservar à distância do chamado baixo-astral, só existe um jeito: procure levar uma vida ética, ecológica; evite os maus pensamentos e os maus sentimentos, afaste-se da ganância, cobiça, ira, vaidade; procure se preocupar com o seu próximo e ser uma pessoa útil à sua sociedade.

Você pode ter certeza de que uma aura pura afasta todos os seres trevosos que possam existir no baixo-astral.

Sobre a possibilidade de ter o corpo invadido por outro espírito, isto é uma grande balela, mesmo estando com as nossas consciências afastadas dos nossos corpos físicos, em momento algum perdemos o contato com o mesmo: é o que os místicos chamam de cordão de prata. Qualquer coisa que aconteça com o nosso corpo físico, imediatamente somos tragados de volta para o mesmo.

Tanto pode ser uma presença próxima aos nossos corpos, quanto o vento fazendo barulho na janela. Este é um sistema de segurança do corpo criado pela evolução para a proteção de nossos corpos físicos contra o ataque de predadores. Por isso, fique tranqüilo, seu corpo está bem protegido.

E a possibilidade de morrer, ela existe?

Claro! Você pode morrer dormindo, tomando banho, regando o jardim, indo para o trabalho ou executando qualquer tarefa do seu dia-a-dia; a morte não é privilégio dos viajantes astrais. Muito pelo contrário, a mortalidade durante o sono é de uma freqüência baixíssima. Morre-se muito mais em vigília do que durante o sono. Durma tranqüilo.

(Luiz Otávio Zahar)

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